sábado, 14 de julho de 2012

Comentário sobre a Proposta do Governo: Prof. Dr. Roberto Goulart Menezes - Universidade de Brasília


 1. É preciso analisar a proposta do ANDES para saber que ela não reivindica um reajuste salarial, conforme afirma a Ministra Belchior. A reivindicação é pelo plano de carreira, pois o atual possui 17 níveis e 4 classes.
2. A matéria faz referencia sobretudo ao professor titula. Então é preciso esclarecer melhor esse ponto: hoje um professor que está na carreira como associado 4 não quer ou evita ao máximo em fazer concurso para titular. Aliás sobram vagas para professor titular nas universidades federais e o motivo é bem simples: o cargo de titular está fora da carreira! Isso significa na prática: o professor precisa sair da carreira e prestar um novo concurso e corre o risco de perder o regime de previdência para o qual contribuiu! é como se ele zerasse a sua contagem e começasse praticamente do zero!
3. Então por que o governo ofereceu 45% de aumento para esse professores? Porque eles são pouquíssimos! Veja o exemplo da UNB: ela possui cerca de 2700 docentes e só 117 são titulares!
4. Do jeito que está a carreira (que data de 1987) cada vez menos teremos professores titulares. Sugiro inclusive que seja feita um reportagem com professores associados 4 e que seja indagado se eles farão o concurso para titular. E quais os ganhos e perdas disso?
5. Assim a proposta do governo é ilusória e passa para a sociedade a idéia de que o governo concede 45% de reajuste salarial diante de uma inflação anual de 5%! Parece o paraíso, não? Mas não é.
6. A Ministra simplesmente ignora o plano de carreira porque não o leu, creio. E a obrigação do Min. Mercadante de conhece-lo e debate-lo. Reduz tudo aos números. E hoje certamente nos telejornais essa tema será forte. Já imagino as chamadas. Governo dá 45% de aumento aos professores! Salários serão de 17 mil reais!
7. O plano de carreira do ANDES e pelo qual lutamos e defendemos é que organiza e valoriza a educação em nosso País.
8. Uma última coisa: Hoje para um professor passar de adjunto 4 para associado 1 (nivel criado em 2006) é preciso ser credenciado em programa de pós graduação e o numero de professores nessa categoria também é limitado. Como expôs no programa Entre Aspas na semana passada o vice-presidente do Andes – Luiz Schul, o governo smplesmente quer criar mais níveis, classes e com isso mais travas. A grande massa dos professores dificilmente chegarão ao topo a carreira depois de 30/40 anos de dedicação, caso esse plano atual permaneça como está. Assim teremos um pequeno grupo um da recebendo 17 mil e a grande maioria travados por criterios que o proprio sistema de ensino nega aos docentes: não existe os graduaçao em todos os campis, os programas nao absorvem todos os professores e sao em numero insuficientes.
Sem mais
Cordialmente
Prof. Dr. Roberto Goulart Menezes
Universidade de Brasília

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